A espetacular obra de engenharia, que receberá mais de 40 mil veículos por dia - quantidade que se espera que aumente para cem mil diários até 2026 -, foi projetada para resistir a todos os tipos de tufões, já que se encontra em uma região propícia ao surgimento deste fenômeno no verão (hemisfério norte). A ponte também foi construída para evitar que os motoristas se distraiam ao volante e causem acidentes, já que tem forma de S, em cumprimento à lei chinesa que proíbe estradas com mais de dez quilômetros em linha reta, e cada cinco quilômetros de guard-rail foi pintado com uma cor diferente.
Sustentada com mais de 600 pilares e com aproximadamente 90 metros de altura acima do nível da água, a ponte gigantesca estimulará ainda mais o desenvolvimento econômico da província de Zhejiang, onde fica, e do delta do rio Yang Tsé, por aproximar as regiões comerciais de Xangai e Ningbo. Com a ponte inaugurada, a distância por terra entre Xangai, o maior porto mundial de carga, e Ningbo, que já é o segundo terminal marítimo chinês e o quarto do mundo em fluxo de mercadorias, foi reduzida de cerca de 400 quilômetros para apenas 120 quilômetros. Isso significa mais de uma hora e meia a menos de viagem para um trajeto que até hoje demorava cinco horas. A ponte, que terá pedágio e deve se tornar uma atração turística, conta com seis cabines, três em cada sentido, custou 1,067 bilhão de euros (mais de US$ 1,682 bilhão), e contou com 30% de capital privado.
Um dos pontos mais espetaculares do projeto é a ilha de serviços, que ficará sobre uma barragem concebida para não interromper o curso das marés, e cuja construção no centro da ponte, junto ao viaduto, está em fase de conclusão. A única estrutura similar no mundo é a Ponte Causeway, na Louisiana (Estados Unidos), com 38,4 quilômetros, mas que não atravessa águas marítimas, e sim o Lago Pontchartrain.